segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

A renúncia de um papa

por Rodrigo Szymanski

Nesta manhã, 11 de fevereiro 2013, o mundo foi acordado com o espanto da notícia da renúncia do Bispo de Roma, ou para nós, o Papa Bento XVI. É de certo espanto a renúncia do Papa, que é por direito um cargo vitalício.

Cardeal Joseph Ratzinger, Papa Bento XVI, Alemão e por muitos anos Prefeito da congregação da doutrina e da Fé, é considerado um dos maiores Teólogos da atualidade. Perfil conservador, principalmente pelo caráter de condenação da Teologia da Libertação na América Latina.

Eleito Papa em 19 de abril de 2005, sendo o 265º Papa, tinha na ocasião 78 anos. Renúncia com 85 anos de idade, a partir do dia 28 de fevereiro.

A renúncia se torna um espanto por ser a primeira da era moderna. Muitas especulações estão em jogo dos motivos da renúncia. Fato histórico novo. Teremos dois papas vivos! Resta esperar quem será o novo Bispo de Roma.

Confira a carta do Papa Bento XVI

“Caríssimos Irmãos, convoquei-vos para este Consistório não só por causa das três canonizações, mas também para vos comunicar uma decisão de grande importância para a vida da Igreja. Depois de ter examinado repetidamente a minha consciência diante de Deus, cheguei à certeza de que as minhas forças, devido à idade avançada, já não são idôneas para exercer adequadamente o ministério petrino. Estou bem consciente de que este ministério, pela sua essência espiritual, deve ser cumprido não só com as obras e com as palavras, mas também e igualmente sofrendo e rezando. Todavia, no mundo de hoje, sujeito a rápidas mudanças e agitado por questões de grande relevância para a vida da fé, para governar a barca de São Pedro e anunciar o Evangelho, é necessário também o vigor, quer do corpo, quer da mente; vigor este, que, nos últimos meses, foi diminuindo de tal modo em mim que tenho de reconhecer a minha incapacidade para administrar bem o ministério que me foi confiado. Por isso, bem consciente da gravidade deste ato, com plena liberdade, declaro que renuncio ao ministério de Bispo de Roma, Sucessor de São Pedro, que me foi confiado pela mão dos Cardeais em 19 de Abril de 2005, pelo que, a partir de 28 de Fevereiro de 2013, às 20,00 horas, a sede de Roma, a sede de São Pedro, ficará vacante e deverá ser convocado, por aqueles a quem tal compete, o Conclave para a eleição do novo Sumo Pontífice.

Caríssimos Irmãos, verdadeiramente de coração vos agradeço por todo o amor e a fadiga com que carregastes comigo o peso do meu ministério, e peço perdão por todos os meus defeitos. Agora confiemos a Santa Igreja à solicitude do seu Pastor Supremo, Nosso Senhor Jesus Cristo, e peçamos a Maria, sua Mãe Santíssima, que assista, com a sua bondade materna, os Padres Cardeais na eleição do novo Sumo Pontífice. Pelo que me diz respeito, nomeadamente no futuro, quero servir de todo o coração, com uma vida consagrada à oração, a Santa Igreja de Deus".

Vaticano, 10 de Fevereiro de 2013.

BENEDICTUS PP XVI

(Fonte: CNBB)

Um comentário:

  1. Penso que se o motivo foi realmente problemas de saúde, a atitude do Papa (ex-papa) é louvável porque foi humildade dele admitir sua fragilidade, mas acredito que há outros fatores mais complexos envolvidos do que simplesmente a sua saúde e idade.
    Aliás, acho que deveriam aproveitar a oportunidade para fazer mudanças profundas e radicais na estrutura e doutrina da igreja como a legalização do casamento homosexual, a liberação do casamento para os padres que queiram se casar e ter filhos, maior autonomia da igreja em cada país segundo sua realidade, permitir as mulheres de exercerem o sacerdócio, entre outros.
    Seja por um motivo ou outros, vejo isso como positivo, pode representar uma nova etapa da igreja, afinal já é hora de vermos os Papas como humanos e como humanos tem suas limitações, suas necessidades fisiológicas, psicológicas e espirituais, necessidades estas que acredito até Jesus teve.

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